Da Lama ao Caos ou ao Cais?
Por: Alex Camboim Maia.
Já fazem exatamente 27 anos, do lançamento
de um dos maiores álbuns do Brasil.
Este por sua vez nos apresentou várias
reflexões e pensamentos, sobre o Brasil e as questões sociais do país.
Do alto das alfaias do maracatu, do
manifesto dos caranguejos com cérebro, das guitarras elétricas de Lúcio Maia e
dos versos e da voz e estilo inconfundíveis do jovem Francisco França, o Brasil
parecia que aprendia a voltar a questionar tudo, e toda a situação de
calamidade e do caos.
Quando Chico Science proclamou:
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana.
Muitos pensaram que assim iríamos aprender
de fato que parte do problema da corrupção está nos políticos e no voto do
próprio povo e em suas ações.
E o mesmo homem ainda disse que:
O sol nasce e ilumina as pedras evoluídas
Que cresceram com a força de pedreiros
suicidas
Cavaleiros circulam vigiando as pessoas
Não importa se são ruins, nem importa se
são boas
E a cidade se apresenta centro das
ambições
Para mendigos ou ricos e outras armações
Coletivos, automóveis, motos e metrôs
Trabalhadores, patrões, policiais, camelôs
A cidade não para a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade não para a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade se encontra prostituída
Por aqueles que a usaram em busca de saída
Ilusora de pessoas de outros lugares
A cidade e sua fama vão além dos mares
No meio da esperteza internacional
A cidade até que não está tão mal
E a situação sempre mais ou menos
Sempre uns com mais e outros com menos
A cidade não para a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade não para a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce.
Infelizmente, me parece que 27 anos depois
o povo não aprendeu de fato com todos os movimentos culturais e sociais do
Brasil.
Ainda insiste em eleger os que não se
interessam pelos seus direitos, e muito menos representam o povo.
Afinal, só lhes interessa representar seus
próprios interesses pessoais, partidários, políticos e principalmente
econômicos.
Como Chico já relatava nesta letra da
música a cidade, o de cima sobe e o de baixo desce, tal qual os políticos e o
povo.
A "plebe" e a
"realeza".
E para além de tudo isso, temos os
resultados 27 anos depois:
14,805 milhões de desempregados com o pior
desemprego da história!
Crise econômica grave!
Na 63° posição, dentro do ranking mundial
da educação!
Sem investimentos de fato nesta, na saúde,
na ciência e principalmente na cultura que morre a cada dia mais no país!
Pois bem, o que farão os caros
eleitores(a) e leitores em 2022?
Pensem muito bem para quem de fato, vocês
querem entregar o destino do país a partir de janeiro do ano que vem!
14/06/2021 - Forquilha Town - BA.