Terceiro disco do guitarrista baiano chega à todas as plataformas digitais dia 28 de maio (sexta-feira)
Na liberdade artística do jazz, uma inventiva música instrumental nordestina e de matriz africana aparece forte em “Formiga Preta”, novo álbum do guitarrista, produtor e compositor Igor Gnomo. Terceiro da carreira desse baiano de Paulo Afonso, o disco reforça a identidade jazz-rock-nordeste do músico, em que a sonoridade própria revela um artista de personalidade e talento. O trabalho foi um dos selecionados pelo “Prêmio das Artes Jorge Portugal 2020 - Premiação Aldir Blanc Bahia”, da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) e chega à todas as plataformas de streaming pelo Selo Digital Ruffo no mês de maio.
Além do disco, o projeto ainda contempla o mini-documentário e clipe da composição "Cura" no YouTube (canal do artista). Rico em polirritmia e sincopado como um bom jazz tradicional, “Formiga Preta” flerta também com o jazz mais moderno, mais pop, sem deixar de ser orgânico. Totalmente autorais, as dez faixas foram compiladas em três blocos temáticos que se utilizam das raízes e influências distintas para transitar com propriedade por estilos como rock, baião, maracatu, ritmos africanos, além do jazz fusion e acid jazz.
Ao todo são cerca de 45 minutos de contrastes, quase únicos, riffs e viradas inspiradas da base de um quarteto formado por guitarra, baixo, percussão e bateria e que transborda a simbiose de jazz com música brasileira. Deu tão certo que “Formiga Preta” foi o projeto que recebeu a maior nota entre os selecionados no edital da Funceb, categoria produção fonográfica - álbum.
“A princípio a minha ideia era deixar uma coisa bem reta, bem rock, mas mudei o percurso desde que comecei a compor para o disco em 2018. Já vinha tocando em ‘jam session’ e preparando um show que seria lançado em 2020. A pandemia deu tempo para repensar esse conceito de música instrumental nordestina. Estou muito feliz com o resultado”, comemora Igor Gnomo.
Embora distintas, as faixas trazem uma unidade no DNA da guitarra de Igor Gnomo, como uma assinatura nada óbvia, que marca sem precisar de extravagâncias. É uma mistura eclética que funciona e deixa claro se tratar de uma obra só.
“As primeiras são mais ácidas, depois dá uma caída para no fim voltar para cima. Quis manter a unidade do trabalho no timbre. E tem muito de minhas influências ali, de Gilberto Gil a Chico Science, Hermeto Pascoal a Red Hot Chilli Peppers, como também a guitarra jazz de Mike Stern, por exemplo. Tem um direcionamento, mas tem também a alma da improvisação”, explica.
O disco foi produzido durante o isolamento gerado pela pandemia da Covid-19, tem mixagem e masterização de Orlando Botelho, e destaca as participações do trio que faz a base com a percussão de Gildo Madeira, o baixo de André Jumper e a bateria de Thiago Reuel, que também assina a direção musical. Destaque ainda para as participações especiais dos músicos Derico Sciotti (da banda do programa de Jô Soares), que toca sax e flauta na faixa “A la Stern”; Italo Neno, teclados em “Toil Land”; Marcelo Fonseca (violino), em “Bolo de Milho”; Vivian Nascimento (coro) e Renam Mendes (acordeão), em “Forró do Seu Todynho”; Michael Pipoquinha (baixo), em “Cura” e Suzi Mariana (voz), em “Ao Comandante”.
“A ideia também é produzir um show para circular, assim que puder. Fazer uma apresentação que seja para o teatro, mas que possa também encaixar em locais abertos e não seja voltado ‘de músico pra músico’, descolar de música instrumental feita só para músicos. Pode rotular como um trabalho pop, porque quero é mostrar o lado do ‘mete dança do nordeste’”, brinca.
Texto reproduzido do site:https://www.trbn.com.br/materia/I36887/igor-gnomo-lanca-album-formiga-preta