Para muitos, o título deste pequeno
texto pode soar como uma piada; para outros, uma mentira, mas, observando bem,
nunca se falou tanto em ciências e sua importância, quanto neste atribulado ano
de 2020.
Querendo ou não, muitos termos e
nomes científicos se popularizaram durante o ano pandêmico, inclusive a velha
questão trazida dos bancos das escolas, “para quê ou em quê vou usar isso?”, que
foi prontamente respondida e justificada. Quase todos os dias, lições de
matemática básica, biologia, física, estatística, português e história,
adentraram o nosso cotidiano através dos noticiários de televisões ou via redes
sociais, como Whatsapp, Instagram ou Youtube.
Em primeiro lugar, essa doença que
começou a dar seus primeiros sinais em dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, na
China, precisava de uma nomenclatura científica e eis que a mesma foi batizada,
em fevereiro de 2020, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de COVID-19, do termo inglês para Corona
Virus Disiese ou, em bom português, Doença do Coronavírus. O 19 é por conta do
ano de 2019.
Então, o termo pandemia, que antes
era usado somente nos livros de biologia ou nos filmes hollywoodianos, como
Contágio, de 2011, se torna tão real quanto obrigatório nas rodas de conversas
e trocas de mensagens.
Mas, eis que nos idos de março para
abril, começaram a surgir remédios que prometiam, erroneamente, proteger os
cidadãos contra o terrível vírus e, desta forma, palavras como Hidroxicloroquina,
Cloroquina e Ivermectin se popularizarqam. Mais uma vez, nomes que eram
restritos a poucos, hoje são ditos e escritos tanto por pessoas que acreditam,
cegamente e sem embasamento científico, nos seus efeitos, quanto por aquelas
que sabiamente não surfam na onda dos pseudocientistas e dos pseudomédicos das
redes sociais.
Usar a máscaras vai além de uma
simples decisão de se proteger ou proteger o próximo de ser contagiado. Essa
decisão e recomendação é baseada em estudos estatísticos mostrando que entre
duas pessoas sem máscara as chances de contágio são altíssimas; se apenas uma
delas estiver usando, as chances diminuem e se as duas estiverem protegidas com
máscaras, as chances de infeção são menores que 1,5%. Aliado ao uso da máscara,
temos também a higienização das mãos e sua forma correta de lavar, por cerca de
2 minutos com água e sabão e também o uso do álcool em gel. De fato, uma festa
de palavras que se popularizaram em nossa língua lusófona.
A população também teve que
aprender a interpretar os gráficos de contágio e morte da doença e compreender
a necessidade do “achatamento” da curva de contágio, ou seja, a diminuição do número
de pessoas infectadas, para evitar um colapso do sistema de saúde. Mas como se
“achata” essa curva? Seguindo as recomendações dos especialistas: com o
isolamento ou distanciamento social, uso de máscaras e higiene constante das
mãos e outras superfícies possivelmente contaminadas.
Porém, infelizmente, a maioria dos cidadãos
não respeitam ou mesmo acreditam no que a história e a estatística ensinam e
assim o Brasil segue como um dos países com maior índice de contágio e morte
pela covid-19.
Felizmente contamos com o comprometimento e empenho dos verdadeiros cientistas,
sejam médicos, biólogos ou pesquisadores como Natália Pasternak, Átila Iamarino,
Hugo Fernandes, Lucas Zanandres e, o mais conhecido dentre eles, Drº Dráuzio
Varella, que adentram quase que diariamente nossas
casas, seja via televisão ou mídia social, com informações seguras, científicas
e numa linguagem acessível às pessoas que ainda tenham dúvidas de como funciona
os mecanismos do vírus, suas causas, efeitos e possíveis caminhos para uma
vacina eficaz e segura.
O ano de 2020 passou deixando um
rastro de dor, luto e de muito aprendizado científico, mesmo aqueles que negam a
ciência, que a distorcem e a usam de forma errada, tiveram que se deparar com
as verdades das ciências imposta pela realidade e que mais cedo ou mais tarde
não tarda em se fazer presente em nosso cotidiano.
Prof. Manoel Pereira é formado em
Licenciatura Plena em Física, na UEPB; tem especialização em ensino de
Ciências, pela UNB; Mestre em Ensino de Astronomia, pela UEFS; além de
trabalhar com divulgação científica através do canal do Youtube e Instagram Ser
Tão Ciências.
Contato sertaociencias@gmail.com Insta @sertaociencias Facebook Ser Tão Ciências