Uma das questões mais imaginadas
por muitas pessoas entusiastas da astronomia e da ficção científica é: e se no nosso
sistema solar houvesse um segundo sol, uma segunda estrela. Como seria esse astro?
Será que não teríamos noite? Qual seria suas dimensões e impactos sobre nosso
planeta? Se existisse, a música de Nando Reis, poderia ser cantada “quando o
terceiro sol chegar, para realinhar as órbitas dos planetas”?
Essas questões quase que seriam
respondidas, ou não, se o senhor dos planetas, Júpiter, tivesse com aquele 1% a
mais de massa, em verdade de 70 a 80 vezes a sua massa, e desse um started para ter virado uma estrela.
Phaethon para os gregos, Marduk para os babilônicos e Júpter para
os romanos, este planeta sempre chamou atenção dos humanos, por ser, dependendo
do momento, o 4º objeto celestial mais brilhante no céu. Não à toa, é apelidado
do senhor dos planetas.
Júpiter, na mitologia romana,
equivale a Zeus, da mitologia grega. É o deus dos deuses, o senhor das luzes e
do dia. Mas este planeta tão carismático despertou mais interesse quando seus
mistérios de outrora foram revelados e desnudados pelos astrônomos, chancelando
sua majestade e esplendor.
O diâmetro de Júpiter é 11 vezes
maior do que o do nosso planeta e dentro dele cabem, aproximadamente, 2000
Terras. São suas dimensões colossais que o tornam uma espécie de “escudo
protetor” do nosso planeta, devido às interações gravitacionais com cometas e
asteroides que passeiam pelo nosso sistema e que podem colocar nossa casa em
risco, atraindo-os para seu interior, como aconteceu com o cometa Shoemaker
– Levy, em 1994,
ou forçando a mudarem de rota.
Sua composição química é
praticamente 71% de hidrogênio, 24% de hélio e 5% dos demais elementos. O nosso
Sol, por exemplo, tem 73% de hidrogênio, 24% de hélio e os demais 3% são
elementos pesados como o carbono, oxigênio, entre outros. Então por muito pouco,
mas por muito pouco mesmo, Júpiter não se tornou nosso segundo sol, dando razão
à música de Nando Reis.
Caso Júpiter tivesse “acendido”, lá
no passado da formação do sistema solar, teríamos uma estrela de brilho fraco,
classifica pelos astrofísicos como anã
marrom. À noite, a sua claridade não seria maior que a da lua cheia, o que
nos daria uma estrela de brilho forte e bem distante.
Mas, o que parece ser uma narração
de ficção científica, com belas imagens sobre duas estrelas no céu, em verdade
seria um desastre para nós, pois enquanto estrela, a força gravitacional de
Júpiter iria interferir nos demais planetas do sistema, principalmente nos mais
próximos a ele, como Marte e Saturno, gerando um colapso, o que provavelmente
iria acabar com esses planetas, além de mexer na órbita da Terra, o que possivelmente
faria com que não existisse vida em nosso lar.
Especulações à parte, o fato é que
Júpiter é o planeta mais encantador de nosso sistema, mesmo antes da invenção e
uso dos telescópios, seu brilho forte sempre chamou a atenção desde do
florescer da humanidade e dos seus primeiros registros fotográficos, temos sua
beleza plástica e colorida.
Se não é um segundo sol, com
certeza Júpiter é a nossa majestade planetária protetora de nossas vidas.
Prof. Manoel Pereira é formado em
Licenciatura Plena em Física, na UEPB; tem especialização em ensino de
Ciências, pela UNB; Mestre em Ensino de Astronomia, pela UEFS; além de
trabalhar com divulgação científica através do canal do Youtube e Instagram Ser
Tão Ciências.
Contato sertaociencias@gmail.com Insta @sertaociencias Facebook Ser Tão Ciências